fbpx

Olimpíada Nacional de Eficiência Energética acontecerá anualmente

A Olimpíada Nacional de Eficiência Energética (ONEE), que aconteceu através de duas edições-piloto em 2021 e 2022, mas não foi realizada em 2023, teve recentemente sua regulamentação aprovada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e passará a ocorrer anualmente. A ação, que tem como objetivo transmitir informações aos estudantes sobre o uso seguro e racional da energia elétrica, contribuindo para a formação de uma geração de consumidores conscientes, já será retomada no segundo semestre de 2024.

As ações da ONEE incluem a participação obrigatória das distribuidoras de energia, que serão responsáveis por cooperar na realização do evento. O público-alvo são os estudantes, que participarão dos desafios e provas para demonstrar seu conhecimento sobre o uso eficiente de energia. A iniciativa visa envolver alunos do ensino fundamental, do 8º e 9º ano, e os melhores desempenhos serão premiados.

A formatação da Olimpíada contou com 154 contribuições feitas através de uma consulta pública que se estendeu de 21 de junho a 4 de agosto de 2023. A Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) foi uma das entidades que enviou sugestões para compor o regulamento da ONEE. A professora do curso de Engenharia de Gestão de Energia da Ufrgs e doutora em Energia Solar Fotovoltaica, Aline Pan, salienta que uma das notícias mais positivas foi a previsão da celebração do evento a cada ano.

“E agora foi definido que o próprio programa de eficiência energética da Aneel vai subsidiar essa olimpíada, o que vai fazer com que a iniciativa se regularize e ocorra todos os anos”, enfatiza. A professora acrescenta que o vetor principal de desenvolvimento de uma nação é a energia, mas o assunto não é algo discutido suficientemente nas escolas. Aline sustenta que é preciso “alfabetizar” as pessoas energeticamente.

De acordo com a professora, grande parte da população, por exemplo, desconhece ou não dá importância ao selo Procel, uma identificação de quais são os eletrodomésticos mais eficientes quanto ao consumo de energia. Já o engenheiro elétrico André Machado, que voltou à universidade para fazer o curso de gestão de energia, comenta que, olhando pelos ângulos acadêmico e profissional, a Olimpíada Nacional de Eficiência Energética é uma iniciativa ganha-ganha.

“É uma oportunidade de utilizar a teoria na prática”, ressalta Machado. Conforme Machado, a alteração quanto ao uso da energia passa pela educação básica, para que os jovens promovam uma evolução cultural natural. “Por isso acho que essa questão da Olimpíada, que vai pegar os estudantes mais novos, vai catalisar uma mudança”, argumenta.

O gerente de Planejamento e Inteligência de Mercado da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), Lindemberg Reis, afirma que o poder da educação permite superar barreiras históricas. “A eficiência energética não é um senso comum e não adianta também querer só impulsionar uma transformação de comportamento pelo viés do bolso, que é a questão do pagamento da fatura de energia”, salienta Reis.

Para o integrante da Abradee, a Olimpíada irá gerar muitos benefícios para a população. A posição das distribuidoras de apoiarem práticas de eficiência energética, em um primeiro momento, pode parecer contraditória, pois ações nessa área implicam um menor consumo de energia. No entanto, na prática, as concessionárias operam apenas repassando o custo da energia adquirida das geradoras, sendo que o lucro das distribuidoras provém do serviço de “fio”, ou seja, pelo trabalho feito pela companhia que permite a energia chegar à casa do usuário. “Toda a sociedade, todo o setor elétrico, deve se engajar na causa da eficiência elétrica”, sustenta Reis.