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Demanda acompanha calor de verão

Reportagem por Vânia Mattozo (ASCE) com colaboração de (DPCM/DCL e DPOP/DVPR) e EPAGRI/CIRAM (Gilsânia Cruz).

A intensidade desse verão tem se refletido na demanda de energia pelo País. O Operador Nacional do Sistema (ONS) anunciou que ontem, 23, foi registrado mais um recorde de carga no Sistema Interligado Nacional (SIN).

Nessa tarde, a demanda máxima chegou a 89.114 MW. O recorde anterior foi 87.489 MW, às 15h26, de 22 de janeiro. É o quarto recorde do mês, devido justamente às altas temperaturas registradas no País.

Ainda houve novo recorde de carga no subsistema Sudeste/Centro-Oeste, com pico de 53.143 MW. O recorde anterior nesse subsistema foi 52.771 MW, às 14h17, também em 22 de janeiro.

Na área de concessão da Celesc, não foi quebrado o recorde por um triz: às 15h dessa quarta-feira, a demanda bateu exatamente em 5.029,14MW – o valor anterior é do dia 17 de janeiro, às 15h, em que a demanda totalizou 5.030,75MW.

Embora ainda possa haver pequenos ajustes nesses números, a diferença provavelmente não mudará – ou seja, entre um valor e outro, há um diferença de apenas 0,03% ou, em termos de demanda de energia, apenas 1,61MW.

Energia – O ONS informou ainda, no boletim, que está operando o sistema com algumas restrições, devido às indisponibilidades da usina de Angra 2 e dos polos 1 e 3 do linhão do Madeira, o que limita em 50% o escoamento da energia das hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau.

Segundo o boletim, em função disso, foi necessário importar 1.200 MW da Argentina e 400 MW do Uruguai para atender a demanda de ponta. O Operador sustentou, entretanto, que não houve interrupção no fornecimento de energia e que está trabalhando, com os agentes do Setor, para resolver as indisponibilidades do sistema.

Calor – Esse verão está sendo marcado por ondas significativas de calor em Santa Catarina, com dias e noites muito quentes. Isso confirma a previsão feita pelos meteorologistas da Epagri/Ciram, em dezembro, de que o verão teria temperaturas acima da média climatológica no estado.

Veja no quadro adiante, os dados de temperatura máxima no mês, com registro de máximas bem acima de 30°C em boa parte do estado catarinense na maioria dos dias (os destaques em vermelho marcam as temperaturas acima de 35°C).

No início do ano, em 3 de janeiro, a máxima bateu em 40°C em Joinville, no norte do estado. Observe ainda as temperaturas nos dias 15 a 17 de janeiro em que houve quebra seguida do recorde de demanda na área de concessão da Celesc. Clique sobre o quadro para expandir.

Clima – A previsão aponta uma pequena diminuição do calor nessa quinta e sexta-feira, 24 e 25/01, devido ao aumento de nuvens sobre Santa Catarina e virada do vento para Sudeste. No entanto, a partir do próximo fim de semana, 26 e 27/01, volta a esquentar em todas as regiões e o forte calor se estende para a próxima semana.

A meteorologista Gilsânia Cruz relata: “Até o momento, todos os indicativos são de calor intenso até fevereiro, especialmente na primeira quinzena do próximo mês, com poucos dias de alívio na passagem de algumas frentes frias pelo oceano”.

Com relação à chuva, ela afirma: “A expectativa é que ocorram as tradicionais ‘pancadas de verão’, isoladas e passageiras, muitas vezes, acompanhadas de forte atividade elétrica (raios), ventania e granizo localizado”.