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Por Diário do Comércio: Cemig cria primeiro sistema remoto para rede de distribuição de energia no Brasil

Por Diário do Comércio: Cemig cria primeiro sistema remoto para rede de distribuição de energia no Brasil

A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) desenvolveu um sistema, operado remotamente, que utiliza um banco de baterias para dar suporte à rede tradicional de distribuição de energia. O projeto começou a ser desenvolvido em 2016 e recebeu investimento da ordem de R$ 23 milhões. Ele tem como objetivo melhorar a qualidade no fornecimento para os consumidores e, entre as vantagens, estão a maior estabilidade da rede e a redução dos cortes no abastecimento, principalmente em localidades com demandas mais específicas.

O equipamento aproveita os momentos de menor demanda (como na madrugada) para armazenar energia em baterias de alta capacidade e essa energia poderá ser reinjetada na rede de acordo com a necessidade. O equipamento pode ser usado em várias funções, como regularizar os níveis de tensão em horários de pico e até assumir o fornecimento de energia por algum tempo em caso de cortes na rede para manutenção ou devido a fatores externos, como eventos climáticos extremos.

Segundo o engenheiro de Ativos da Distribuição da Cemig, Henrique Parreiras, a empresa está com um projeto em andamento, chamado de microrrede Serra da Saudade. Este projeto é consequência direta da pesquisa com as baterias e, com isso, a Cemig poderá investir em melhoria e qualidade de rede.

“Será constituída uma bateria, no mesmo estilo das estudadas pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) junto com um gerador fotovoltaico. A Cemig utilizará na Serra da Saudade, no Centro-Oeste mineiro, local que tem historicamente problemas com interrupção de energia e de tensão, para, com uma tecnologia nova, resolver o problema da população e ajudar a cidade a se desenvolver”, adiantou.

O desenvolvimento do projeto começou ainda em 2016 através do chamamento da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para pesquisas com sistemas de armazenamento de energia. Após aprovação pelo órgão regulador, a Cemig deu início ao desenvolvimento do projeto em parceria com a UFMG, a Fundação para Inovações Tecnológicas (FITec), a Concert Technologies e o Instituto de Tecnologia Edson Mororó Moura (ITEMM).

Atualmente, a Cemig tem, de protótipo funcional, três unidades. Uma em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, que opera desde 2019 e duas unidades na UFMG que utilizam dois sistemas de baterias. “Um sistema é de bateria de lítio, tecnologia fornecida pela WEG e com uma potência de 750 KVA (quilovolt-ampere) e outro, também na UFMG, fornecida pela Moura, que é uma bateria de chumbo carbono, que a empresa tem desenvolvido, com potência de 500 KVA. Essas três unidades em operação totalizam mais de um Megawatt (MW) de potência”, explicou.

Cemig mantém três protótipos em operação na rede de energia

A tecnologia poderá beneficiar mais consumidores à medida que for sendo aprimorada. “A ideia é que, quando eventualmente houver algum problema na rede da Cemig, alguma contingência, algum evento climático que venha a causar interrupção no fornecimento, poderemos usar a bateria para manter a energia ininterruptamente para os clientes. No caso da Serra da Saudade, serão atendidos em torno de 500 clientes e, em caso de uma falha na rede, ou outro problema, poderemos manter o atendimento sem interrupção, o que também melhoraria a qualidade da energia que é entregue pra cidade”, considerou.

Parreiras entende que o uso de baterias é uma tecnologia nova que tem potencial para atingir várias aplicações e funcionalidades na distribuição de energia, não apenas em locais pequenos. “O sistema poderá ser usado para manter o atendimento como um backup, funcionar como um nobreak para a população, além de poder ser usado em subestações de energia da Cemig para melhorar também a questão da rede, o serviço, uma série de outros pontos técnicos. São vários tipos de aplicação e temos estudado todas elas, imaginando que, nos próximos anos, vamos conseguir explorar melhor essa tecnologia”, projetou o engenheiro.

Rodrigo Moinhos para Diário do Comércio em julho de 2024

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