Vice-presidente da Copel critica subsídios e alerta para risco de apagão em 2029

Vice-presidente da Copel critica subsídios e alerta para risco de apagão em 2029

Vice-presidente da Copel critica subsídios e alerta para risco de apagão em 2029

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Vice-presidente da Copel critica subsídios e alerta para risco de apagão em 2029

Fonte: Valor Ecônomico

 

“Brasil tem sobra de energia em alguns momentos e falta de energia em outros. Vamos ter blecaute em 2029 por falta de potência”, disse Diogo Mac Cord.

O vice-presidente de estratégia, novos negócios e transformação digital da Copel, Diogo Mac Cord, fez duras críticas aos subsídios existentes no setor elétrico brasileiro, que encarecem a tarifa do consumidor de energia, e avaliou os impactos das emendas inseridas na Medida Provisória 1300/2025, que prevê um rearranjo no segmento, atualmente em tramitação no Congresso Nacional.

A MP propõe uma ampla reforma regulatória no setor elétrico. O texto altera diversas leis com o objetivo de modernizar o arcabouço legal do setor, e reajustar subsídios. Entre os principais pontos estão mudanças na Tarifa Social de Energia Elétrica, a abertura de mercado a fim de garantir maior liberdade de escolha para os consumidores e uma nova forma de divisão dos custos entre os agentes do setor.

Segundo Mac Cord, a proposta mais urgente é a realocação dos subsídios concentrados na Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), encargo bancado por todos os consumidores via tarifa para promover políticas públicas setoriais.

Mac Cord alertou ainda que, caso o atual modelo seja mantido, o Brasil poderá enfrentar blecautes em alguns anos por falta de potência disponível no sistema, mesmo com sobra de energia em alguns momentos. O problema, segundo ele, está na ausência de uma resposta eficaz para garantir energia firme no horário de maior demanda, especialmente após o pôr do sol.

“O Brasil tem sobra de energia em alguns momentos e falta de energia em outros. Vamos ter blecaute em 2029 por falta de potência”, disse, frisando a necessidade do Brasil promover o chamado leilão de capacidade.

O leilão visa a contratar usinas para que fiquem disponíveis sempre que for necessário, ajudando a garantir o fornecimento em momentos de alta demanda ou crise. Ele não busca só energia, mas, sim, a garantia de que a usina estará disponível quando o sistema precisar.

O Brasil vive atualmente um paradoxo: durante o dia, quando o sol está no pico, há energia de sobra no sistema elétrico brasileiro. São usinas prontas para produzir com o menor custo possível. Mas, em vez de aproveitá-las ao máximo, parte dessa energia não é aproveitada. As usinas são obrigadas a reduzir ou até parar sua geração. Esse fenômeno é chamado de “curtailment”.

“O Brasil investe quase R$ 100 bilhões por ano no setor elétrico, o que representa cerca de 40% de todo o investimento em infraestrutura. Mesmo assim, o custo da energia só sobe. Temos um paradoxo: quanto maior a oferta, maior o preço”, concluiu.

Horas depois, no fim da tarde, o cenário muda. A geração solar desaparece com o pôr do sol, mas o consumo de energia aumenta. A solução encontrada é acionar usinas térmicas, muitas delas movidas a gás ou óleo diesel, com custo elevado e maior emissão de poluentes.

Com a aproximação do fim dos contratos de concessão de diversas usinas, o executivo vê oportunidades de reestruturar o modelo de operação e de contratação de energia no país sem a necessidade de subsídios desnecessários.

 

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