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Confira aqui textos autorais dos executivos da Abradee e as principais notícias da entidade.
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MITO1- A Geração Distribuída é responsável, hoje, pela geração de mais de 115.000 empregos diretos, que acabariam se o subsídio cruzado for eliminado.
Isso não é verdade. Os projetos de energia solar distribuída, GD, dão resultados financeiros extraordinários, que beiram os 40% ao ano. Nenhum negócio legal no Brasil, ou no mundo, promove uma economia tão grande quanto o negócio da energia solar. Sem falar que apenas 5% são donos de pequenos negócios, pequenos agricultores, casas populares que investiram em energia solar. 95% deles são os grandes bancos, as cadeias de supermercados, as indústrias pesadas e os latifúndios agrários. Para os grandes, não existe justificativa para a manutenção dos subsídios. Simplesmente porque eles não precisam mais. A energia solar já é super rentável. Se essas vantagens (pagas por você, consumidor), forem retiradas, a margem de lucro permanecerá bem acima da média do mercado, possibilitando a expansão sustentável da energia solar, com não só a manutenção dos atuais empregos, mas com a contratação de milhares de outros, porque será uma economia sustentada, racional e que não destrói a competitividade e ganhos estruturantes de todo o setor elétrico.
MITO 2 – A expansão da Geração Distribuída só é possível com a manutenção dos subsídios e permitirá a limpeza da matriz energética brasileira.
Duas vezes Fake. Primeiro, como vimos, a GD pode e deve se viabilizar sem os subsídios pagos pela maioria dos consumidores que não a utilizam. Segundo, o Brasil possui uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo. Enquanto apenas 28%* da energia elétrica produzida no mundo é proveniente de fontes renováveis, 83%** de toda a energia elétrica consumida no Brasil é gerada por usinas hidrelétricas, eólicas, de biomassa e solares fotovoltaicas. Já temos uma matriz limpa, somos um exemplo para o mundo e com a energia solar não será diferente.
* Fonte: Agência Internacional de Energia – Electricity Market Report 2020
* Fonte: ANEEL
MITO 3 – A geração de energia solar distribuída é a forma mais limpa de se produzir eletricidade.
Fake. Na sua produção e descarte ao final de sua vida útil (de 25 a 35 anos), os painéis fotovoltaicos deixam um considerável rastro de carbono. O descarte adequado dos painéis fotovoltaicos ao fim da sua vida útil precisa entrar na agenda do Congresso. Inexplicavelmente, a GD não apoia políticas adequadas para evitar que milhares de painéis sejam jogados no lixo, com enorme risco para o ecossistema.
MITO 4 – A Geração Distribuída não precisa da rede elétrica para funcionar.
Uma grande Fake. Sem a rede elétrica, a GD não funcionaria. As placas solares não geram energia à noite e nos dias nublados. Sob essas condições, os produtores/consumidores da GD usam energia do sistema elétrico interligado brasileiro. Caso decidam viver sem acesso à energia do sistema interligado, os usuários de GD têm como opção instalar baterias. Ocorre que as baterias tornam os projetos 10 vezes mais caro. Obviamente, é muito mais barato usar a rede elétrica, que faz o papel de armazenamento da energia e backup gratuitamente para esses poucos privilegiados. É uma distorção injustificável permitir que uma minoria de usuários da GD continue usando a rede elétrica sem pagar, mandando a conta para quem não tem sistema de placas instalado. Como qualquer outro subsídio, o da GD gera dependência e inibe a inovação tecnológica, que beneficia a todos.
Fake 5 – A Geração Distribuída reduz o chamado despacho térmico (a necessidade de ativação de termelétricas a carvão, óleo diesel e gás), que são mais caras e sujas.
Fake. Qualquer país do mundo precisa ter na sua matriz energética fontes de geração de “despacho imediato” — ou seja, que possam ser disponibilizadas na rede com um simples apertar de um botão. Essa reserva estratégica é, atualmente, provida por termelétricas ou usinas nucleares. Nenhum país do mundo aceita ser 100% abastecido por fontes renováveis e intermitentes de energia, que dependem de fatores incontroláveis para gerar energia — que o vento sopre sempre, o sol brilhe todos os dias, caia chuva em volume suficiente para encher os reservatórios das hidrelétricas. O Brasil não é diferente. É utópico, portanto, acreditar que podemos prescindir das termelétricas na garantia da geração de energia com segurança para o país. É preciso lembrar que as termelétricas mais poluentes, movidas a óleo combustível, estão sendo rapidamente convertidas para o uso do gás natural, que não produz resíduos sólidos e emite bem menos CO2. As hidrelétricas, com 62% da matriz elétrica, as eólicas, com 10%, e a biomassa, com 9% da capacidade de geração instalada no Brasil, também reduzem os despachos das termelétricas e nem por isso são financeiramente compensadas ou cobram mais dos consumidores pobres, como faz a solar, com apenas 2% da energia gerada no Brasil.
MITO 6 – Por estar perto do local de abastecimento, a Geração Distribuída reduz as perdas elétricas e isso não é levado em conta no cálculo dos benefícios gerados pela fonte.
Fake. Em um sistema interligado continental como o do Brasil, as linhas de transmissão precisam percorrer longas distâncias para levar a energia a todos. Há um percentual de perda nesse transporte pelas redes que é compensado pelo órgão regulador. A Geração Distribuída reivindica uma compensação sob o argumento de que evita esta perda. O sistema não funciona assim. A energia gerada pelas placas solares também precisa ser distribuída utilizando-se das mesmas redes. E quando as placas solares não estão produzindo energia, os seus usuários recebem energia com qualidade e confiabilidade proveniente da geração que se utiliza dos sistemas de transmissão e distribuição para chegar ao consumidor. Isso tem custo. Quem paga por ele é quem não desfruta da energia solar.
MITO 7 – A Geração Distribuída já paga pelo uso da rede elétrica.
Fake resistente. A Geração Distribuída paga apenas os encargos incidentes sobre a tarifa mínima – o equivalente a meros 5% do total. Portanto, ao contrário de todas as demais formas de geração de energia tão ou mais limpas do que a Geração Distribuída, ela não paga os custos proporcionais à sua utilização dos sistemas relativos à transmissão e distribuição, nem dos encargos setoriais, que acabam recaindo na tarifa dos demais consumidores.
MITO 8 – A Geração Distribuída tem geração gratuita, livre para todos os brasileiros.
Fake. Seria assim se todos os consumidores geram energia solar, tivessem baterias capazes de estocar energia utilizável nos momentos em que falta sol. Mas essa não é a realidade brasileira atual. As baterias tornam os projetos 10 vezes mais caros e torna-se bem mais barato usar a rede elétrica como bateria, sem pagar por isso. Os defensores dos subsídios falam no absurdo que seria “taxar o sol”, quando, no atual sistema o sol já é taxado – e a conta mandada para os consumidores que não têm acesso a energia solar distribuída. O que torna essa injustiça uma perversidade é o fato de que os mais pobres estão subsidiando a energia dos “latifundiários do sol” sem que saibam disso, pois esses valores encarecem o custo da energia consumida, mas não são discriminados na conta de luz. Para escapar dos impostos, encargos e taxas, os “latifundiários do sol” constroem dezenas de fazendas solares de até 5 MW, o limite máximo da isenção. Assim conseguem gerar centenas de gigawatts/hora, enriquecendo com os subsídios pagos pelos menos favorecidos. É um abuso.
Fake 9 – As distribuidoras enxergam a Geração Distribuída Fotovoltaica, GD, como uma adversária que precisa ser combatida.
Fake que não resiste à mais frágil análise. A GD é energia que precisa ser distribuída e, portanto, utiliza as redes como as energias geradas por quaisquer outras fontes. As distribuidoras consideram a energia solar como um grande e avanço e uma conquista espetacular para um país como o Brasil, com um dos maiores potenciais de geração fotovoltaica do mundo. Mas, como são as distribuidoras que cobram a fatura dos consumidores finais, elas têm o dever de alertar que a parcela de uso dos sistemas de distribuição e dos encargos setoriais que não são pagos pelos usuários de GD oneram as tarifas de todos os demais consumidores, o que não é justo, já que os usuários de GD têm toda a capacidade de arcar com estes custos como todos nós.
MITO 10 – As distribuidoras se opõem aos subsídios à GD fotovoltaica apenas porque querem aumentar seus lucros.
As distribuidoras reconhecem que os subsídios à GD fotovoltaica foram essenciais nos momentos iniciais de sua afirmação no Brasil. Mas para continuar sendo um sucesso e continuar crescendo, a GD fotovoltaica precisa se livrar dos subsídios desnecessários, que boicotam a inovação, distorcem a realidade dos preços e penalizam injustamente os consumidores mais pobres. A cada novo integrante da GD, mais cara fica a conta para os consumidores sem acesso aos painéis solares, numa “espiral da morte” que, se não for contida, ameaça com o colapso todo o sistema elétrico interligado do Brasil.
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