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Governo determinou corte de gastos e de cargos na Cemig

Por Marcos de Moura Souza | Valor

BELO HORIZONTE  –  O novo governo de Minas Gerais ainda não indicou se e quando fará mudanças no comando da principal estatal mineira, a elétrica Cemig, mas tem dado ordens para que a direção da empresa reduza gastos e corte cargos.

Segundo uma pessoa a par das orientações dadas pela equipe do governador Romeu Zema (Novo) à Cemig, uma das medidas já adotadas foram as demissões de funcionários comissionados e de diretores de subsidiárias que eram mais ligados à gestão do governador anterior, Fernando Pimentel (PT).

A Cemig também anunciou um programa de demissão voluntária (PDV) por meio do qual espera desligar 300 funcionários.

A Acompanhia mineira, uma das principais de energia elétrica do país, é comandada desde o início de 2017 por Bernardo Salomão Alvarenga, indicado na gestão petista. Alvarenga esteve no evento que Zema realizou na sede do governo de Minas no dia 1º de janeiro, logo após tomar posse.

Zema fez campanha com um discurso pró-privatizações e a Cemig foi citada diversas vezes como um dos possíveis alvos. Mas pouco antes de tomar posse, ele disse ao Valor que uma eventual venda da empresa seria algo para ser avaliado só no fim de seu mandato. Zema repetiu durante e depois da campanha que a empresa precisa passar por uma melhora em sua gestão.

A Cemig tem ações negociadas em bolsa e é controlada pelo Estado de Minas Gerais.

A linha determinada por Zema, segundo a fonte ouvida pelo Valor, é de “redução dramática de despesas”, corte de cargos supérfluos, de venda de ativos que não façam sentido para a empresa, além de maior foco nos interesses dos clientes da Cemig.

A empresa tem divulgado que, nos últimos dois anos, a atual direção reduziu seu quadro de pessoal em 25%, tendo, hoje, cerca de 6 mil funcionários. Outra marca sempre citada pela companhia são melhoras na avaliação de risco de crédito no último ano, a renegociação e alongamento de sua dívida e aumento do lucro.

A empresa já tem, há alguns anos, um plano de desinvestimento, mas ainda não conseguiu se desfazer de ativos muito representativos.

Mesmo depois da eleição de Zema, o conselho de administração da Cemig continua com os integrantes do período do governo Pimentel. E não foi convocada ainda uma assembleia geral para definir uma troca de conselheiros.